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A devastação
que as drogas fazem no cérebro.
As drogas agem na parte mais delicada do cérebro humano, o
mecanismo de transmissão os impulsos nervosos. O cérebro tem
por bilhões de células, o neurônio, que comunicando-se entre
si geram sensações, o pensamento ou a ação. Essa comunicação
só acontece graças a substâncias químicas conhecidas por
neurotransmissores. É aí que as drogas chegam para atrapalhar.
Interagindo com os neurotransmissores, tornam imprecisas as
mensagens entre os neurônios. É o fim dos impulsos nervosos.
Elas podem estimular o sistema nervoso central, como a cocaína,
a cafeína e a nicotina. Deprimi-lo como o álcool ou a heroína.
Perturbá-lo, como é o caso da maconha e do ácido lisérgico.
Fica-se eufórico, inapitente ou insone. Vêem-se coisas. Ouvem-se
sons.
Dependendo do tipo de droga, da quantidade usada e do tempo de
uso, variam os malefícios. A cocaína é a droga que mais
rapidamente devasta o usuário. Bastam alguns meses ou mesmo
semanas para que ela cause um emagrecimento profundo, insônia,
lesão da mucosa nasal e maior suscetibilidade a convulsões. Ao
longo dos anos, porém, os efeitos destrutivos do álcool são
mais graves e numerosos. Entre eles estão gastrite, hipertensão,
pancreatite, miocardite, hepatite e cerrose. Retrato dessa tragédia
são as clínicas brasileiras. A média de idade das pessoas que
procuram ajuda contra a bebida, por exemplo, é de 35 anos.
contra a cocaína, 20 anos.
Curiosamente, a heroína, que está entrando agora no mercado
brasileiro, é o entorpecente que apresenta o menor risco de doenças
decorrentes do uso crônico. No máximo, contam-se a constipação
intestinal e alguns espasmos das vias biliares. Em bases farmacológicas
da Terapeuta, Bíblia para os estudiosos do assunto, encontra-se
a surpreendente afirmação: "a boa saúde não é incompatível
com o uso regular de opiáceos". A ressalva é que a heroína
vicia muito rapidamente, gera uma grave síndrome de abstinência
e é a droga que relativamente mais mata por overdose, seguida de
perto pela cocaína. A dose letal da maconha, em contrapartida,
é absurda. Para morrer, o sujeito teria de fumar 50 quilos de
maconha por minuto, durante 15 minutos. O principal problema da
maconha é que causa câncer, como o tabaco, e afeta a memória.